A campanha eleitoral da prefeita da Raposa, Talita Laci (PCdoB), foi financiada pelo tráfico de drogas, revelou o delegado afastado da Polícia Civil, Ney Anderson Gaspar, durante oitiva na Comissão de Segurança Pública e Crime Organizado da Câmara dos Deputados.

Segundo Gaspar, em 2016 foi deflagrada a operação Tentáculos na cidade de Raposa, que investigava o tráfico de drogas na região. Durante as interceptações telefônicas foi descoberto que traficantes estavam financiando a campanha da então candidata do PCdoB.

Ao tomar conhecimento do fato, o secretário de Segurança Pública do Maranhão, Jefferson Portela, fez uma manobra política para tentar barrar as investigações contra a gestora, que é aliada do governo.

“O secretário de Segurança em outra manobra política mandou encaminhar [o inquérito policial] para as autoridades da Raposa apurarem, sendo que ela deveria ficar lá na SENARC – Superintendência de Combate ao Narcotráfico, já que se tratava de tráfico e associação para o tráfico, ou se tivesse indícios de crime organizado mandasse para o departamento que eu chefiava, que era o Departamento de Crime Organizado”, disparou o delegado.

O ex-chefe do DCCO mostrou, ainda, uma certidão na qual consta que Laci não responde a qualquer processo criminal e declarou: “então sumiu, mandaram para lá, sumiu e ninguém sabe”.

Procurado o titular da SENARC na época, delegado Carlos Alessandro – atualmente comanda a Seic, afirmou que não soube da operação Tentáculos.

O delegado titular da Raposa, Marcone Caldas, também disse que não tem conhecimento do inquérito policial que apurou o envolvimento de traficantes na campanha da prefeita. “Se tivesse chegado na delegacia, teria dado andamento nas investigações”, declarou.

Em nota, Talita Laci rebateu as acusações classificando-as como fantasiosas. A gestora disse ainda que jamais teve relação política com traficantes e que buscam de forma política associar a sua imagem à de criminosos, tentando unicamente causar desgaste político eleitoral.

Laci garantiu que irá acionar judicialmente Ney Anderson e o deputado federal Aluísio Mendes.

Leia a nota na íntegra:

“A respeito das declarações de um delegado de Polícia Civil licenciado e de um deputado federal no final da tarde desta terça-feira (02), durante audiência na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados, em Brasília, a prefeita do município de Raposa, Talita Laci, tem a dizer:

  1. Jamais teve relação política com traficantes como caluniosamente foi proferido pelo delegado e o deputado;

  2. Chama atenção que após três anos do suposto fato, somente agora – de forma inédita – o tema fabuloso veio à tona em um ambiente presidido por um deputado federal [Aluísio Mendes] aliado da principal adversária política da prefeita na cidade;

  3. As declarações são totalmente fantasiosas e buscam de forma política associar a imagem da prefeita a de criminosos, tentando unicamente causar desgaste político eleitoral à gestora. E quem os fazem, sequer sabe o que, de fato, é financiamento de campanha;

  4. Todos os doadores da campanha da prefeita relativo às eleições de 2016 são de conhecimento público, conforme apresentado à Justiça Eleitoral, e o mais importante, as contas de campanha da prefeita foram aprovadas sem qualquer menção a doação fora da Lei;

  5. Os ataques sórdidos sofridos pela gestora são explicados pelo fato da prefeita Talita Laci pertencer ao mesmo grupo político do governador Flávio Dino e do secretário de Segurança do Estado, Jefferson Portela, todos filiados ao PCdoB, e igualmente alvos dos ataques infundados;


Por fim, Talita Laci, antecipa que irá acionar Ney Anderson Gaspar e Aluísio Mendes judicialmente para que estes respondam pelos seus atos difamatórios, de repercussão nacional, com prejuízo pessoal e político sem precedentes à gestora do município de Raposa. ”

Neto Ferreira