A festa acabou.

O Facebook fechou acordo com a Fox, detentora dos direitos da transmissão da Libertadores da América. A partir de 2019, toda quinta-feira, o usuário poderá acompanhar uma partida na rede social. O próprio Mark Zuckerberg descobriu como o futebol pode ser lucrativo. Graças a inúmeras transmissões piratas que aconteciam há anos no Facebook.

No início de 2017, o jornal espanhol El País já alertava.

"Dezenas de perfis no Facebook transmitem a cada rodada as principais partidas de futebol de forma totalmente pirateada e gratuita. São páginas que, fazendo uso da funcionalidade de compartilhamento de vídeos em streaming na rede social, driblam os direitos e oferecem a exibição pelo Facebook Live (ao vivo).

"Por meio de uma rede de links com outros perfis que desaparecem assim que o jogo acaba, essas transmissões piratas chegam a atrair centenas de milhares de espectadores e registram milhões de reproduções. São partidas do Campeonato Espanhol, da Champions League e também alguns de outros torneios, como os campeonatos Inglês e Mexicano. Já não é preciso procurar por links em sites piratas. Basta curtir a página certa."

E qual o interesse destes hackers em piratear os jogos? Simples, como nas grandes redes de tevê: o dinheiro dos patrocinadores. Geralmente empresas pequenas que nem sonhariam estar em transmissões em tevê aberta, têm seus nomes associados à Champions League, aos principais campeonatos europeus e até à Copa do Mundo.

Algumas páginas que roubam as imagens dos campeonatos chegam até a formar equipes amadoras de transmissão. Ou então, simplesmente, transportam toda a transmissão de uma rede de tevê. É completamente ilegal. Mas basta colocar na pesquisa do facebook a seguinte expressão: assistir futebol ao vivo. Pronto, opções não faltarão.

O jornal espanhol mergulhou em um clássico entre Barcelona e Real Madrid. Uma página pirata chegou a ter 715 mil pessoas acompanhando a partida pelo Facebook. Só no primeiro tempo, ela foi acessada 4,4 milhões de vezes. Quem vai virar as costas a um público tão grande?

Escolheram uma empresa com vivência no ramo. A Fox Sports.

Desde setembro do ano passado, transmitiu rodadas duplas da fase de grupos, quatro jogos das oitavas de final e quatro partidas das quartas de final. Foi um aperitivo. Também em 2017, fechou acordo para mostrar confrontos do Campeonato Mexicano.

Com os jogos da Libertadores, a rede social firma de vez pé no mercado sul-americano. A transmissão de futebol nas tevês abertas está perdendo espaço no mundo todo. Só no Brasil, o futebol na Globo perdeu 22% de audiência nos últimos dez anos.

As tecnologias chegaram para ficar. As grandes redes na América Latina já empurraram torneios para canais a cabo há décadas, obrigando o torcedor a pagar se quiser acompanhar jogos ao vivo. Mas não agiram com a mesma intensidade com a Internet. Demoraram a acordar para os celulares e os computadores. Hackers se divertiram com essa ineficiência. Só que as redes sociais poderosas acordaram. Há serviços de streaming de esportes nos Estados Unidos, Europa e Ásia. Funcionam como se fossem 'Netflix' de futebol, fórmula 1, NBA. A pessoa paga uma mensalidade e tem inúmeras transmissões ao vivo.

Pela internet.

Para assistir no computador, nos celulares ou nas smarts tevês, além do Facebook, o Twitter também quer participar das transmissões. Inclusive já se comenta que ambas se aproximam da Fifa. O objetivo: mostrar ao vivo todos os torneios mais importantes de seleções. O alvo já seria a Copa do Mundo de 2022, no Catar. Fora os grandes campeonatos de futebol como a Champions e a Libertadores.

A revolução começou.

Os piratas mostraram o caminho para Mark Zuckerberg. O mundo mudará a maneira de assistir futebol. Já acabaram os monopólios. Até o Brasil vai descobrir...

São cerca de 2,3 bilhões de perfis no Facebook

COSME RÍMOLI R7.com